Mudar dói, mas é bom para o seu futuro

12 abr 2022

Outro dia, minha psicóloga disse calmamente: ao contrário de grande parte das pessoas, você tem dificuldade em dizer ‘sim’. A ideia pairou na minha mente por muito mais tempo do que a sessão de uma hora. Eu até já sabia da minha timidez aflorada pela ansiedade trazida por tantas novidades, mas algo estava fora do lugar. Mudar dói e eu estava na fase da negação.

A vida é uma combinação de experiências e oportunidades, delineada pelas suas escolhas. Nesse contexto, dizer sim ou não molda sua vida, seu futuro, as situações em que você se coloca, seus ganhos, perdas e os objetivos você consegue alcançar.

Não vou entrar no mérito da meritocracia. Cada um sabe onde o calo aperta ou, pelo menos, deveria tentar entender as próprias limitações, seus privilégios e se despir das ilusões do “se”. Tudo isso: papo pra outro dia.

Suas escolhas moldam o seu futuro

Voltando às escolhas, vou me esforçar para desenvolver um pensamento lógico. Todos os dias, eu escolho dormir mais cinco minutinhos. Algumas pessoas acordam pra escrever, pra fazer exercício ou até para trabalhar antes de sair pra ganhar dinheiro. Em cada um destes cenários, tem alguém dizendo sim para algo que pode estar no presente ou no futuro.

Quando passo o final de semana assistindo aulas sobre investimentos financeiros, estou dizendo “sim” para um conhecimento que não me foi apresentado antes. Assunto que quero aprender porque acredito que pode mudar a relação que tenho com as responsabilidades que assumo na vida.

O mesmo também é verdade quando escolho enfrentar situações que me dão frio na espinha – especialmente depois da pandemia. Ir a um evento e conhecer pessoas novas, fazer lives, passar meus conhecimentos, ter consciência do que eu coloco no meu corpo são alguns exemplos.

É possível aprender a se priorizar

Tudo isso parece óbvio para quem sempre se colocou como prioridade, mas não era óbvio pra mim. Fumei durante 15 anos. Durante boa parte desse período, eu quis parar de fumar. Eu sabia o mal que fazia a minha saúde, mas o cigarro era uma compensação psicológica de questões mais profundas. Algo que fazia parte da minha rotina.

Existem “sims” que dizemos há tanto tempo que parecem inerentes ao que somos, mas – pelo compromisso que estabeleci de escrever baseada na minha própria experiência – devo dizer que não é verdade. E deixo claro que é muito difícil se colocar como prioridade.

Dizer sim para o futuro que almejo exige coragem, incômodos diários com a mudança de rotina, autoconhecimento, autocuidado, resiliência, persistência e muita paciência pra lidar com o mau humor que tudo isso causa.

Mudar dói, mas é um caminho para uma vida melhor

Algo dentro de mim (psicólogos podem me ajudar com o nome técnico desse elemento que vou chamar de Lari 1.0) não quer de jeito nenhum que as coisas mudem, que eu arrisque e sequer quer me dar a chance de enxergar as outras possibilidades. Tudo isso pra que a Lari 2.0 não tenha a chance de interromper o status quo e permaneça na inércia, esperando algo acontecer.

Eu tenho a dizer a minha versão antiga (e a você) que mudar dói mesmo. Acredito profundamente na mudança como condutor de autoconhecimento e, assim sendo, uma agente de felicidade. Mudanças sempre vieram com muito sofrimento, mas me trouxeram exatamente onde eu queria chegar. Seguimos.

Tenha coragem para realizar seus sonhos!

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