O Ano do Sim de Shonda Rhimes
1 abr 2022
Shonda Rhimes disse sim pra escrever um livro e eu disse sim pra ler o livro. Tudo depois dos dois dias que passei imersa na mente revisada desta showrunner excepcional – é história.
O “Ano Em Que Disse Sim” da Shonda veio pra ela depois de um puxão de orelha da irmã mais velha: “você nunca diz ‘sim’ pra nada”. Dali em diante, Shonda passou a dizer sim para o que a desafiava como dar entrevistas, pausar o trabalho pra ficar com os filhos, e até para cuidar do próprio corpo.
O ‘ano do sim’ veio depois de um puxão de orelha
Antes do ano do sim, Shonda andava meio morta pra vida, vivendo no automático, se mantendo em situações confortáveis. Imersa na sua própria mente, criando seu mundo, ela comandava duas séries no horário nobre da TV americana e esse era todo o ‘sim’ que ela estava disposta a dar. Até o dia do puxão de orelha, até o dia do ‘sim’.
Eu entendo a Shonda. Eu cheguei em Nova York e queria voltar o mais rápido possível pra minha zona de conforto, mas não tinha como. Ou você mora em Nova York, ou fica na sua zona de conforto. Os dois, não dá! E não deu.
Por três anos, eu lutei contra a minha realidade, disse muitos “nãos”, me escondi, criei meu próprio mundo, dividi um pouco dele aqui e muito no livro que vai ser lançado em breve. Hoje estou reaprendendo a viver; reaprendendo a dizer sim.
Shonda disse sim pra escrever um livro e eu disse sim pra lê-lo
Estar imersa no sim da Shonda terminou de me acordar. Não me entenda mal, uma pessoa precisa de muito mais do que 300 páginas. Eu precisei e usei todos os recursos que eu tinha disponível.
Maior do que os boletos no fim de uma fase difícil, era a minha vontade de viver. Nem todo mundo tem isso. Eu não tinha irmã pra me puxar. Minha vontade precisava sair de mim, como a da Shonda saiu dela através das palavras da irmã.
Obrigada, Shonda, por ter dito sim por um ano e, depois, por ter dito sim para escrever sobre esse ano. Seria muito fácil dizer que seu livro me salvou, com certeza eu ganharia uns pontos na bajulação, faria um carinho no seu ego – não que você precise, mas nunca é ruim ser reconhecida por algo, pelo contrário, é importante. Seu livro não me salvou, mas terminou de me acordar pra todas as possibilidades que é estar viva.